Recordo-me dos dois programas de evangelismo virtual que realizamos nos anos de 2021 e 2022, a primeira licção tinha como tema “Criados Para Sermos Felizes”, e ela fazia perceber aos alunos, logo no primeiro contacto com as licções, que eles carregavam um vazio enorme e que nada em sua vida podeia preenchê-lo. Quem não se identifica com isso? Essa mensagem mexeu exactamente com o maior ponto fraco de qualquer pessoa. Foi um tema introdutório da doutrina de Deus, capaz de mexer tanto com o crente como com o ateu. Menos técnico, menos didático, mas profundo. Recebemos muitos testemunhos de pessoas tocadas desejando ouvir mais licções. O mesmo tem acontecido com as licções do Bíblia Fácil que o Link Esperança tem usado no seu evangelismo virtual actual. Nelas, o pastor Arilton casa sabiamente a Escatologia, as simbologias, e a realidade das pessoas, de maneira tão simples que mesmo alunos sem conhecimento bíblico profundo, ou adolescentes, conseguem compreender e se maravilhar. Além disso, o conteúdo do Apocalipse é peculiar e impressionante. Em que isso importa? Veja, mesmo que haja um programa evangelístico virtual concreto, como foi abordado no capítulo anterior, a forma como são conduzidas as próprias licções pode contribuir positiva ou negativamente. Temos que entender que embora compartilhe tanta coisa nas redes sociais, esta geração está sedenta. Alguns sabem que têm sede e outros não. Os que estão, eles mesmos pedem as licções e aceitam qualquer método de estudo. Por outro lado, o outro grupo é mais resistente, sensível e inconstante. Hoje estão bem humorados e amanhã mal dispostos. Estes facilmente podem desistir caso as mensagens forem tediosas ou apáticas. Isso geralmente sucede quando as mensagens são muito técnicas ou meramente informativas. Eles irão se aprofundar muito teologicamente, de forma voluntária, depois que o seu coração tiver sido conquistado para Cristo.
O uso da internet em si já estimula ansiedade e tende a incapacitar a mente de suportar conteúdos que cobram muito esforço mental e, em alguns casos, estimula depressão e vazio existencial. Por tanto, mensagens muito técnicas ou profundamente teológicas, geram um desafio para a sua alma cansada. Também o método tradicional didático, em que o aluno tem uma pergunta e um texto bíblico para achar a resposta, penso que não é eficaz para o evangelismo virtual. A menos que tenha sido o o póprio aluno a implorar pelo estudo bíblico. Mas uma pessoa tirada do seu conforto, à convite, para ter licções bíblicas, raramente prossegue até ao fim nesse tipo de método. Porquê? Porque quando a pessoa lê a pergunta e tem que achar a resposta no texto bíblico para descobrir a resposta, sem que ninguém lhe explique, falando-lhe profundamente ao coração, o processo se torna meramente didático e com impacto superficial. É possível que dê certo mesmo assim? Sim, é, mas dificilmente. As licções virtuais deveriam ser penetrantes, principalmente nas primeiras licções, relacionando a sua mensagem com aspectos que o aluno possa identificar em sua própria vida. Mensagens capazes de cativar o coração, encher de esperança e despertar mais interesse e vontade de continuar. Se for em texto, a mensagem deve ser actrativa, com linguagem simples, e com aparência de uma diálogo entre o escritor e o aluno – e não um texto com abordagem meramente informativa como a de um jornal ou artigo científico. Temos um desafio pela frente!