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Lição 10 – Evangelista Consagrado

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Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado.” – 1 Coríntios 9:27

Meditar, estudar e pregar a Palavra de Deus, são acções que infelizmente não garantem a salvação de ninguém – embora colaborem muito para que isso aconteça. Podemos contribuir para a salvação de outros mas nós mesmos nos perdermos. Foi o que Paulo quis dizer. Não existe nenhum servo de Deus, por mais devoto que seja, que seja forte o suficiente ao ponto de se considerar a si mesmo imune à queda. É preciso vigiar, “esmurrar o próprio corpo e submetê-lo à escravidão”. Satanás não está de brincadeira. Os seus maiores esforços são contra os que militam contra ele de forma activa,  consciente e voluntária. Ele ataca os seus oponentes de diversas formas, sem cessar, com a esperança de a qualquer momento poder abatê-los.

As redes sociais (e a internet no geral) possuem grande potencial para enfraquecer ou destruir a vida espiritual, quando se entra no “campo magnético” projectado pelos desenvolvedores dessas plataformas. Se você percebe que tem dormido muito tarde, por causa das redes sociais, ou que está a deixar para trás bons momentos com a família e amigos, a vida real, ou talvez, flagrar em si mesmo um desejo compulsivo em obter “likes” e atenção do público da internet, isso significa que você já mordeu a maldita isca do diabo (¹). Abra a boca e cospe-a imediatamente, antes que seja tarde. Rectifique essa postura, reduza o tempo de uso, invista mais tempo no estudo da Bíblia, na oração e pregação, nos relacionamentos e momentos reais e tome tempo para apreciar a Natureza lá fora. Ressuscite o seu autocontrole.

Dicas de ouro:

  1. Não adira a muitas redes sociais. Escolha apenas algumas que se adequam ao que você pretende fazer. Não se deixe levar pela propaganda enganosa de que você perde muito se não estiver nesta ou naquela rede social. As redes sociais não são a base da sua vida. Aliás, o mundo era mais feliz sem elas. Se tiver muitas plataformas, elas cobrarão muito tempo de si, e provavelmente você será conduzido como um boi indo ao matadouro, para o “campo magnético” (a armadilha) da frenesi digital.
  2. Não faça parte de muitos grupos nas redes sociais, eles lhe farão escravo e tomarão muito do seu tempo precioso. Imagina alguém que está em cinco grupos do Facebook e mais cinco do Whatsapp, além disso, tem muitas mensagens a responder em privado, contas no Instagram, Youtube, Twitter, TikTok, e noutras plataformas, a gerir. Isso não é saudável, nem física, nem mental, e muito menos espiritualmente. Seleccione alguns poucos grupos, os que de facto são muito importantes, para o seu crescimento espiritual, académico ou profissional. Evite fazer parte de grupos, nos quais há palavrões, publicações vazias ou que enchem o seu aparelho de mensagens impossíveis de lê-las. O melhor grupo não é necessariamente aquele no qual há chuva de mensagens a todo o momento, mas aquele no qual há organização, um plano concreto e cumprimento dos seus objectivos.
  3. Fuja da hipnose dos estados e desactive todos os que não lhe beneficiam academica, profissional e espiritualmente. Se  não desactivar os estados ruins é possível que lhe continuem a tentar, mesmo que não os queira ver. O recurso de estado é um dos recursos online mais poderosos para influenciar a mente humana. Claro, na mesma proporção, o estado pode influenciar poderosamente para o bem. Um dos maiores problemas está no conteúdo colocado no estado. Por exemplo, o impacto que ocorre na mente de quem fica horas vendo memes nos estados é muito diferente do impacto sobre quem escolhe ver somente conteúdos relactivos ao bem-estar, crescimento físico, mental, espiritual e social. Aliás, os memes (na sua maioria) são alguns dos conteúdos mais nocivos, especialmente contra a mente de quem deseja se consagrar a Deus. Eles vêm cobertos de humor, mas por detrás escondem conceitos vis, tais como: Racismo, preconceito, depravação sexual, e mais. Muitas vezes isso não é percebido porque eles fazem rir, e quando a pessoa se ri, o cérebro reduz a noção de perigo. Existem provas de que o humor é um dos melhores veículos para conduzir conceitos antiéticos e imorais para as pessoas consumirem sem suspeita. Contudo, quando um cristão vê alguns estados com esses conteúdos, após o culto ou algum outro programa espiritual, por exemplo, toda a harmonia espiritual adiquirida evapora, e logo vem aquela “velha” atmosfera carnal pesada que sempre lhe consome a sua fé. É claro que a culpa não é só da internet. Mas com certeza esses recursos virtuais podem ser espiritualmente letais. E eles não só têm a capacidade de sempre nos manterem com “a bateria fraca” espiritualmente, mas também intelectualmente. Por exemplo, parece que conquanto evoluimos – tecnologicamente falando – as novas gerações têm tendência de perder a capacidade de concentração, reflexão, aprendizagem e projecção. Quantos jovens lêem obras literárias hoje? Muito poucos, em comparação com as gerações passadas, de acordo as estatísticas (²). Alguns mal pegam na Bíblia, ou num livro qualquer, e já abrem a boca ao estilo dos hipopótamos. Já sentem sono. Mas com o smartphone ficam horas à fio, e quase sempre dormem madrugadas adentro. Como isso é possível? Uma vez que esses conteúdos são breves e estimulam a dopamina (um hormómio que dá sensação de prazer) (³), quando a mente é agora direccionada a realizar uma tarefa que exige esforço e que não estimula dopamina, como ler um livro, por exemplo, ela não apenas sente desprazer, mas também se sente oprimida devido ao esforço exigido. Quando se usa recursos digitais em demasia, a mente se incapacita de se aventurar em coisas que exigem muito esforço mental e destituidas de recompensa prazerosa. A mente é transformada consoante o conteúdo a que está exposta. Se contemplamos conteúdos vazios, as nossas mentes ficarão “vazias”; se contemplamos conteúdos perversos, as nossas mentes ficarão perversas; e se contemplamos conteúdos espirituais, as nossas mentes se tornarão espirituais. O tempo de exposição também conta. Alguém disse “tudo em excesso faz mal”. Mesmo estados com bons conteúdos podem contribuir negativamente se nos expusermos a eles em demasia.
  4. Tome tempo para louvar, adorar Deus, meditar, estudar a Bíblia e ler o Espírito de Profecia, especialmente nas primeiras horas do dia. Ao despertar pela manhã jamais pegue no seu aparelho para acessar as redes sociais, antes da devoção matinal. Quando você entra nas redes sociais, antes da oração e meditação, quando chegar a vez de fazer isso, a sua mente estará totalmente incapacitada de se concentrar e se conectar com Deus com profundidade. Provavelmente, você terá a sensação de que a sua oração nem mesmo atravessou o tecto. Ela será mecânica, composta por palavras desconexas e talvez misturada com pensamentos importunos que não lhe vão permitir prosseguir com a oração por muito tempo. Desligue-se das redes sociais pelo menos 45 minutos antes da oração e meditação, antes de ir à cama. Nos momentos de oração, se possível, tenha uma Bíblia e um hinário físicos, e, se não os tiver, desligue os dados até o momento que você estabeleceu para a sua tarefa na internet ou na rede social. Assuma você o controle e não seja você controlado pelos aparelhos. Pode não ser fácil no início, mas com o tempo você ganhará a sua liberdade e verá mudanças surpreendentes na sua vida. Funciona! Se não funcionar escreva-nos ou peça ajuda a uma pessoa da sua confiaça.
  5. Não permaneça com a mente dividida entre os cultos e as redes sociais. Fique completamente fora das redes sociais durante os cultos, tanto nos cultos do Sábado como em quaisquer outros cultos ou programas da igreja. Desligue-se da internet. A menos que tenha algo importante por lá, relacionado ao programa. Mas depois disso desligue-a. Estar na igreja com a mente dividida entre a internet e o culto, criará a mesma fadiga mental que você tem suportado fora da igreja, e lhe incapacitará de desfrutar das bençãos do culto. No final, ir ou não ao culto tornar-se-á sem diferença. Você não encontrará lá as brisas da paz de espírito, e muito menos no mundo.  Desse jeito, você será um escravo do tédio e refém dos donos das redes sociais, e pior, vítima do diabo. Por tanto, decida, especialmente aos Sábados, desligar-se das distracções. Aproveite os cultos para se aproximar de Deus, os momentos de louvor para se desfazer dos fardos e abastecer a esperança; renove a mente com a Palavra de Deus e desenvolva a fé desfrutando do calor da comunhão com os irmãos.

Referências

(¹) –  “Impactos das redes sociais na saúde mental”, www.vittude.com – acessado aos 08/12/2022

(²) – “Capacidade de atenção atravessa uma crise global?”, https://noticias.uol.com.br – acessado aos 08/12/2022

(³) – “Querem a sua atenção! Como as redes sociais usam a dopamina para te viciar”, www.uol.com.br – acessado aos 08/12/2022