Imagina um jovem em conversa empolgante na internet justamente na hora combinada para a licção da Bíblia. Você bate a porta da sua casa e é atendido por uma criança. Você pede a ela para avisar que já chegou, porém, o seu aluno está afundado numa actividade difícil de largar e, naturalmente, quando ouve a notícia de que você já chegou, conforme o combinado, o seu ritmo é interrompido e ele ligeiramente se desagrada. É-lhe difícil interromper o momento que lhe enchia de dopamina, para encarar alguém que fica lendo textos bíblicos e falando. Por conta da “surpresa”, num momento inoportuno, mesmo que se tenha animado na licção anterior, hoje lhe fugiu o interesse. Então, ele toma uma decisão. Alguns minutos depois você vê a criança que vos serve de ponteca a voltar, com um rosto vestido de falsidade, e você suspeita que lhe traz má notícia. De facto você acerta. “Ele não está!” – diz a menina.
Ao invés de visitar as pessoas nas suas casas, correndo o risco de encontrá-las indispostas, você pode interagir com elas, sempre que elas estiverem disponíveis, sem interromper o seu ritmo, através do mesmo recurso que mais as mantêm ocupadas, a internet. Pratiquei o método de “casa à casa”, bem como o do uso de folhetos, mas nos finais de 2019 tive de admitir que até os finais da última década, os métodos tradicionais estavam a se tornar cada vez menos aderidos. A actual geração necessita de meios evangelísticos mais adequados a ela. Não que se deva substituir os métodos tradicionais, mas este merece maior investimento. A “geração android” – como costumam dizer os meus amigos – é tecnológica. Nunca houve uma geração com alto índice de desiquilíbrio emocional como a actual. Poucos suportam ler textos longos, muito menos serem surpreendidos em suas casas indispostos. Esta geração não gosta de pressão, mas gosta de fazer as coisas quando se sentir a vontade, e o seu humor pode variar subitamente. Além disso, esta geração é multitarefada e diz não ter tempo para uma sentada para estudar a Bíblia.
Portanto, como evangelistas, precisamos de recursos que condizem com este cenário. A situação que o mundo enfrentou recentemente, da Covid-19, também nos foi um alerta que não se deve ignorar. Ninguém era bem-vindo na casa alheia e o contacto físico entre as pessoas era muito restrito. Por outro lado, a internet não possui fronteiras. Gente fisicamente inacessível, ou quiçá muito distante, pode ser alcançável através da internet. A internet também oferece múltiplas opções: Licções em texto, em áudio, ou em vídeo. Isso permite com que até mesmo as pessoas mais atarefadas consigam participar dos cursos. Por exemplo, se alguém não tem tempo para ler um texto, ele pode ouvir um áudio, esteja a conduzir, a caminhar, ou a fazer qualquer outra actividade. Sem dúvida, o EV tornou-se um imperativo e uma urgência na Missão. Faça parte dessa revolução.